Oi pessoal! Como vão?
No post anterior, falamos de novos movimentos de independência. Hoje vamos ver um pouco sobre o contexto em que o Espiritismo surgiu. (Adquira seu exemplar pela Amazon ou pela Livraria da Travessa)
Primeiras manifestações
Em 1848, no vilarejo de Hydesville, nos Estados Unidos da América, na casa de uma família protestante, começaram a ser ouvidos alguns barulhos de pancadas. Os moradores perceberam sons de passos pela casa e concluíram que ela estava assombrada. Assim, as duas filhas do casal, Kate e Margareth Fox, estabeleceram contato com o espírito que estava presente através de padrões nas pancadas. Foi assim que descobriram que o espírito era de um mascate que havia passado por ali quando ainda eram outros os moradores da casa, que o assassinaram e o sepultaram em uma das paredes da casa.

(Irmãs Fox)
O caso ganhou notoriedade à época e as irmãs Fox se tornaram famosas. Devido a problemas com ameaças e alta popularidade das manifestações mediúnicas, as irmãs alegaram que todos os fenômenos eram uma farsa, o que foi desmentido pelas próprias meninas anos depois. Parte da história se encontra no livro História do Espiritualismo, de Sir Arthur Conan Doyle.
A filosofia do início do século XIX
Nos anos que antecederam o advento do Espiritismo, a filosofia caracterizava-se por um pessimismo e materialismo crescente. Schopenhauer é um dos filósofos da época, conhecido por seu marcado pessimismo, sendo chamado por outro filósofo, Friedrich Nietzsche, como “cavaleiro solitário”. Spencer inicia as teorias do liberalismo e Comte, do positivismo, este último, propondo em suas bases valores completamente humanos à existência humana, negando a teologia e a metafísica, ou seja, negando os conceitos de espiritualidade.
Abolição da escravidão
Com a intenção de redesenhar o mapa político da Europa após a queda do Império Napoleônico, entre 1814 e 1815, reunem-se, em Viena, os embaixadores das grandes potências europeias. Foram estabelecidos termos de paz e indenizações a serem pagas pela França aos países vencedores, entre outras determinações, como o princípio de livre-navegação dos rios Reno e Meuse, medidas favoráveis para a melhoria das condições dos judeus, um regulamento sobre a prática diplomática entre os países e a condenação do tráfico de escravos, determinando-se sua proibição ao norte da linha do Equador. Esta última determinação repercutiu em todos os países.
Desde 1787, já era possível vislumbrar movimentos pró-abolição na Inglaterra. Um grupo de amigos criou uma sociedade e iniciou um trabalho de conscientização da população sobre a realidade do tráfico negreiro e seus desdobramentos, ganhando cada vez mais apoio, culminando em petições junto a Câmara dos Comuns a fim de que fosse extinto esse tipo de comércio. Em 1834, acatando os clamores populares e as determinações do Congresso de Viena, a Inglaterra determina a abolição da escravidão em todos os seus territórios. Para saber um pouco mais, sugiro este link.
Por ser a maior potência econômica à época, as determinações da Inglaterra desencadearam abolições por todo o mundo. No Brasil, em 1850, foi determinada a extinção do tráfico negreiro, ainda não sendo determinada a liberdade aos cativos em solo brasileiro, o que aconteceria em 1888, com a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, assunto que será discutido quando discutirmos o livro de Humberto de Campos, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.
Em 1861, o czar Alexandre II da Rússia aboliu o sistema de servidão que vigorava no país, tornando livres os camponeses.
Em 1861 ainda, teve início, nos Estados Unidos da América, a Guerra de Secessão. Os estados do norte do país eram mais industrializados, enquanto os estados do sul eram mais agrários, utilizando muito a mão-de-obra escrava. Quando o presidente eleito Abraham Lincoln e o partido republicano se opuseram à expansão da escravidão no país, os estados do sul se rebelaram e formaram uma confederação, visando à sua separação dos estados do norte. A guerra durou 4 anos e, em 1865, os estados confederados se renderam, após exaustivas batalhas contra os estados do norte. Com o fim da guerra, teve fim também a escravidão nos Estados Unidos da América.
Espiritismo

(Allan Kardec)
Dois meses antes de Napoleão ser declarado imperador, nascia Hipolité Leon Denizard Rivail, com a grande missão de trazer a lume o Consolador prometido por Jesus, na forma da Doutrina Espírita.
Hipolité foi um professor, especializado em várias áreas, que seguia a doutrina pedagógica amorosa de Pestalozzi. Quando iniciaram os fenômenos das mesas girantes na França, seu primeiro impulso foi o de considerar os fatos como brincadeiras e charlatanismo. Porém, compelido por colegas idôneos que acreditavam que aquilo seriam manifestações sobrenaturais, o professor iniciou um trabalho de pesquisas.
A princípio, verificando a autenticidade dos fenômenos, acreditou que se tratasse de magnetização, processo muito comum na época, já que havia pouco tempo que se descobrira a eletricidade no âmbito científico. Todavia, o professor percebeu que havia algo inteligente que guiava as mesas, quando estas passaram a responder perguntas através de seus movimentos. Foi assim que iniciou seus diálogos com os espíritos, que culminou na codificação espírita, quando adotou o pseudônimo de Allan Kardec, nome que teria sido o seu em uma encarnação muito antiga. Sobre a codificação do espiritismo e a metodologia utilizada pelo professor Rivail, recomendo a leitura do livro Kardec, de Marcel Souto Maior.
O espiritismo veio trazer consolo ao espírito humano em momentos de tantas transformações. Com as provas da sobrevivência do espírito à morte física, trouxe ensinamentos diretos do plano espiritual para os humanos encarnados. Com a ideia da reencarnação, derrubou por terra todas as ideologias de igualdade absoluta entre os homens, explicando a diversidade de venturas e desventuras na sociedade, trazendo a lei de ação e reação, que também estabelece o regime da responsabilidade individual e coletiva. O espiritismo, nas palavras de Emmanuel,
“[…] ensina a fraternidade legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos grupos, alargando as concepções da justiça econômica e corrigindo o espírito exaltado das ideologias extremistas”.
No próximo post, falaremos das guerras contemporâneas, chegando ao nosso tempo. O que você pensa sobre o assunto de hoje? Deixe sua opinião!
Até mais!
Links para adquirir as obras relacionadas:
- A Caminho da Luz: Amazon ou Livraria da Travessa
- A História do Espiritualismo: Amazon
- Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho: Amazon ou Livraria da Travessa
- Kardec, a biografia: Amazon
ou Livraria da Travessa