Ah, como eu esperei por essa Graphic Novel! A Turma do Penadinho sempre ocupou um lugar muito especial no meu coração e, depois do lançamento da GN Penadinho: Vida (você pode ler a resenha clicando aqui), parece que nossos laços se tornaram ainda mais fortes. Esse é um dos poderes da linha Graphic MSP, nos emocionar e nos conectar ainda mais com os personagens que fizeram a nossa infância e ainda tratar de temas tão importantes na nossa sociedade.
E a segunda história de Penadinho não poderia ser mais completa e emocionante! Saída das mãos e das mentes de Cristina Eiko e Paulo Crumbim, a HQ nos mostra uma São Paulo que poucos conhecem de fato. Os moradores da Colina, apresentados em “Vida”, precisam fugir para o cemitério, depois de ver seu lar pegar fogo, obra dos trigêmeos Ignis, Locus e Pyram. A turma decide ajudar Dona Morte a tentar capturar os três monstrinhos que estão causando grandes danos por aí e, ao conhecerem seu escritório, em um prédio supostamente abandonado, descobrem que algumas famílias sem-teto vivem por ali. E aí, meus caros, a história se desenrola com uma beleza indescritível!

O primeiro aspecto que eu gostaria de destacar é justamente o conceito de “Lar”. Se recorrermos ao dicionário, veremos uma definição próxima de “casa”, “domicílio”. Mas será só isso? Com a turma do Penadinho e seus novos amigos, somos convidados a repensar essa palavra. Você se sente em “casa” se não estiverem ali seus afetos? O que uma casa precisa realmente para se tornar um lar? É possível ter um lar que não seja uma casa, um espaço físico, concreto, feito de tijolos?
E ainda que nossas respostas para a última pergunta sejam um sonoro “sim”, é necessário que não subestimemos a necessidade de se ter uma casa. Afinal, o ser humano precisa de um teto sobre sua cabeça e condições dignas para viver, e essa não é a realidade de tantas pessoas que, muitas vezes, fingimos não enxergar.

No entanto, onde estará a verdadeira solidariedade? Entre os mais abastados, que “não precisam de ninguém”? Ou entre aqueles que se unem para tornar a sua vida e a do outro menos dura, que compreendem as aflições e as necessidades de quem está ao lado, talvez por serem as suas próprias? Eu sei, é necessário não generalizar, mas a maioria acaba falando pelo todo, muitas vezes.

Apesar de “lar” ser o título da HQ, Paulo e Cristina não se atêm a esse assunto. Ou talvez apenas o ramifiquem. Se “lar” também trata de afetos, é possível se afeiçoar a quem é diferente? Até que ponto as aparências importam? Elas realmente importam? Onde fica a essência nisso tudo?

“Mas Carol, que raios de resenha é essa, cheia de perguntas?” Você pode estar pensando. É que essa é uma HQ que suscita muitas delas. Faz questionar a forma como levamos nossas vidas, como enxergamos o outro, ao que realmente damos valor e, até mesmo, se seríamos capazes de fazer a coisa certa quando ela trouxesse consequências duríssimas para nós mesmos.

Penadinho: Lar é uma Graphic Novel para ser lida com o coração aberto e um lencinho do lado (ou vários). Eu não consegui conter as lágrimas, do início ao fim. A cada Graphic MSP, fico mais emocionada e mais sentimental. Acabou comigo, recomendo muito!
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Que lega, quando a “atualização” do personagem é bem feita ela não fere a historia dele, o traço é incrível, tb sou fã de novelas gráficas, vou ver essa com mais calma se vai pra lista rsss.
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Essa linha Graphic MSP é incrível! Eu babo muito nas edições. Ainda não tenho todas, mas é uma coleção que pretendo completar.
Os artistas devem ser todos fãs da turminha, porque não achei uma história ainda que não tenha ficado boa, sabe? É uma coleção que vale muito a pena! ♥
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